sexta-feira, 13 de abril de 2012

DIÁRIO DO ATOR - Vanessa Grando

Peça: "In Memoriam"
Autor: Jorge Días
Atriz: Vanessa Grando
Data: 01 a 04/04/2012


FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA
O FRINGE por ocasião do aniversário de Curitiba, de 1 a 4 de abril (nestes dias para o L.A. CHAMA) foi um grande aprendizado. Primeiro, pela convivência com colegas por seis dias seguidos. Segundo, pelo aprender a agradar o público diferente. Revendo isso, lembro que não tínhamos amigos ou parentes na plateia que poderiam apenas dizer que estávamos bons e ponto final. Não. Eram estranhos. E agradar a estranhos é de estrema dificuldade, seja o gênero de peça que for. Ou seja, se o cara não gostou, levanta sai. Assim, simples. Pelo pouco tempo de contato, pude perceber que é um povo de humor fechado, mas que também valoriza a arte, vai aos espetáculos, ao menos no festival. Assim como também tem aqueles que dizem um grande “não” na sua cara, como por exemplo,quando estávamos distribuindo flyers da peça no Centro da Cidade.

Acredito também que é tempo de revermos algumas considerações na adaptação, coisas que podem não ter caído no agrado e manter outras que pelo contrário, foram bacanas. Hoje começo a perceber mais o texto, a história, a vivê-la mais.

Nos quatro dias de apresentação em Curitiba, pude sentir quatro Rosauras, não tão distintas, mas a cada dia, com algo de diferente. Às vezes mais séria, às vezes mais lúcida que o Balbuena, mesmo nos momentos de loucura. Senti também o destaque do amigo Tobias como Balbuena,
como ele estava deleitosamente grande e como superou a imagem da Rosaura. Nós dois estávamos muito conectados, mesmo com a distância física do público que exigia ainda mais de nós dois como atores, com impostação de voz e definição de movimentos. Senti a necessidade de fazer algum curso de maquiagem, ou pesquisar e entender como isso é necessário, principalmente no teatro caricato.

Na peça, comecei a ver menos momentos de comédia e mais compaixão. Pensando nisso hoje, eu não encaixaria a peça no gênero da comédia. A história dos dois personagens é maravilhosa, é de
uma graça penosa mas bonita, uma graça que, agora sim, vejo nas sutilezas vividas numa época das duas primeiras décadas do século XX. Eu vejo que há muito a se explorar da peça. E vejo que tenho muito, mas muito a aprender ainda, como pessoa e como profissional, e nunca será o suficiente.

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