Peça: "Canção de ninar para um anarquista"
Autor: Jorge Díaz
Ator: Anna Lia Sant'Anna
Data: 22/11/2010
Personagem: Rosaura
Relato:
Relatar o último ensaio, sem considerar a autocrítica negativa, seria impossível. Fato esse, denotado primeiramente pelo descontentamento do diretor. As justificativas são infindas, porém não são suficientes para nos eximir da responsabilidade e comprometimento com o trabalho.
Antes das considerações positivas do processo, assumo as falhas pessoais, que no meu ponto de vista, acarretam lentidão no processo criativo. Creio que o fato de desmarcarmos o ensaio da semana passada, a pedido meu em virtude de compromissos pessoais, foi um elemento prejudicial, gerando a ruptura naquilo que já haviamos criado e descoberto no último ensaio. Além disso, outra dificuldade a ser superada, é a adaptação para o período matutino, já que, além de implicar em atrasos(tentarei não repetí-los), torna-se um desafio, por não ser meu período do dia de maior disposição.
Contudo, imagino que estou começando a desfrutar de um momento interessante na criação de minha personagem, o qual posso definir como entusiasmante. Aos poucos, tenho descoberto mais detalhes de Rosaura, imaginando-a com mais clareza e ousando a cada encontro, permitindo uma experimentação mais saborosa.
Penso que a inserção de Tobias no elenco, permitiu um ganho considerável, pois sinto-me a vontade em contracenar com ele, havendo espaço para o jogo e portanto para o desenvolvimento conjunto de nossas personagens.
No entanto, é válido considerar, que ainda é uma fase prematura, ambos os atores, possuem limitações vísiveis, fruto de nossa autocrítica, que por muitas vezes impedem a "quebra", impedindo a experimentação das novas formas de corpo, voz, gestos e olhares.
A respeito dos jogos propostos pelo diretor, me senti a vontade na execução, acreditando que a incorporação de animais para a interpretação, pode ser bastante valorosa. No entanto, é preciso um trabalho mais intenso nesse sentido, para a consolidação dessas características.
Vale a pena ressaltar dois pontos, um deles é que, diferente do diretor, penso que nesses últimos ensaios tivemos ganhos consideráveis. Percebo que em um curto período de tempo, me permiti mais, brinquei mais, ousei mais e consequentemente me sinto a cada dia mais satisfeita com os pequenos novos detalhes e com mais vontade de aprofundar esse trabalho.
O outro ponto é que a dificuldade de memorização do texto, justifica-se por estarmos trabalhando diretamente nas construções de cena. Diferente de mim, Tobias não realizou os repetidos exercícios de falar o texto diversas vezes, mantendo o foco no outro, movimentando-se e tudo mais, Outro fator a observar, são as nossas leituras do texto, em que não mais marcamos horário para realizar.
Espero que logo após o término das aulas, tenhamos um avanço considerável, podendo recuperar esses prejuizos gerados por sobrecarga de tarefas, de todos os componentes.
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