Peça: "Canção de ninar para um anarquista"
Autor: Jorge Díaz
Ator: Tobias Nunnes
Data: 07/11/2010
Personagem: Balbuena
No último encontro/ensaio uma desconfiança aparente tornou-se concreta, quando Carlos, num dos exercícios que havia planejado pediu para conectássemos corpo e mente, e a partir de então "resmungássemos" em qualquer tom o que estávamos sentindo, o que percebi em mim, estando ali enquanto ator, foi a vontade de permanecer em silêncio e "resmungar" as vontades de meu pensamento somente para mim mesmo, e não dividi-las ou torná-las audíveis. Tentei, num primeiro momento utilizar sussurros, que me deixaram um tanto incomodado, talvez pela "vozinha crítica" estar, inconscientemente, me dizendo absurdos, do tipo que o que estava fazendo não havia próposito algum. Paralelamente consegui enxergar o propósito de fato, quando me movimentava mais, e deixava de dar atenção a "vozinha" que tem ganhado meu desprezo desde então, talvez pelo movimento soar numa espécie de provocação ao pensamento, ás ideias, que fluem em avalanche conforme alteração de movimentos. São lembranças, sensações, vontades, que passam a ser parcialmente atendidas á medida que mais movimentos em experimentação são executados. Não ter conseguido executar por completo todo o diálogo de uma das cenas, sendo obrigado a tentar um tipo de resumo, com toda certeza me deixou ainda mais crítico para com meu desempenho. Anna Lia me deu segurança em muitos aspectos, enquanto de Carlos, senti liberdade, isso colaborou de tal forma como sendo apenas o pontapé inicial do que realmente virá ser a cena de fato. Algumas relações com Balbuena passaram a partir de então, a ficar mais consistentes. E as venho investigando desde então, para chegar a compô-lo (corpo, voz mente de personagem) por completo. Um desafio que me tem provocado uito. O que resume o encontro, em sincronia com a pergunta feita pelo Carlos, "O que vcs querem/esperam para hoje?", a qual respondi um encontro e descobertas, de fato se deram, um primeiro encontro e impressão incial do que será do Balbuena, e a descoberta... que supervalorizo o silêncio. Será um bloqueio? Vou investigar.
"Nunca um acontecimento se tarda quando se quer realizá-lo"
Theófilos Garr
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