quinta-feira, 4 de agosto de 2011

DIÁRIO DE DIREÇÃO - "Ignácio & Maria"

Peça: "Ignácio & Maria"
Autor: Nara Mansur
Elenco: Priscila Souza e Ricardo Goulart
Data: 06 e 07/07/2011
Início: 9h

Fizemos dois ensaios nesta semana. Super produtivos e reveladores para mim. Minha maior dificuldade é estimular o início de um processo de forma gradual, transitória e "indolor', pra não gerar traumas, e o início da cena 3 está sendo assim. 
Estamos nos redescobrindo, redescobrindo o nosso corpo, a nossa voz e o nosso espaço nessa nova cena que é quase uma nova peça. E essa descoberta precisa ser cautelosa para não ser banalizada, tampouco para não criar bloqueios.
Penso que é natural do ator, como ser humano comum que é, projetar no texto as suas frustrações, quando estas ocorrem por motivos diversos. O que pretendo com esse início gradual é justamente evitar que os atores projetem no texto suas frustrações por não tê-lo decorado totalmente, e como resultado, teríamos um elenco que mais cedo ou mais tarde diria: não gosto desse texto. Essa seria uma resultante possível quando se espera que no primeiro ensaio de uma determinada cena os atores conheçam o texto ao pé da letra. Isso é um caminho, mas não o nosso. A descoberta deve ser coletiva, compartilhada e transitória, transição do desconhecido pro conhecido.
E como isso acontece na prática? Realizamos um trabalho de relaxamento, apagamos as luzes, colocamos música e começamos a desenhar nossa kinosfera. Após duas horas de exaustão, que exaure não apenas o corpo mas também a mente, a psiquê e a emoção, aí sim, nos acomodamos e quando nos sentimos confortáveis, iniciamos a pronunciar o texto. Sem pressão, sem preocupação por enunciá-lo bem ou corretamente, não ainda. Ocorre que na maioria das vezes, não preciso pedir aos atores que saim desse estado de quase meditação para iniciar o texto, basta que se acomodem e eles mesmo começam, o que acho positivo.
Quarta fizemos um trabalho com fotos e filmes pelo campus e quinta um trabalho de percepção corporal bem intenso.
O Ricardo começou o texto espontaneamente, a Priscila não gosta de fotografar e o Ricardo de Filmar.
Foi isso.

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