segunda-feira, 16 de maio de 2011

DIÁRIO DE DIREÇÃO - "Ignácio & Maria"


Peça: "Ignácio & Maria"

Autor: Nara Mansur
Elenco: Priscila Souza e Ricardo Goulart
Data: 09/05/2011
Início: 14h00min


Esqueci a máquina fotográfica e fiquei sem registros, por hoje.
Retomamos alguns elementos do ensaio passado. Inicialmente fizemos a massagem com exposição textual; para que eles relaxassem e começassem a expressar o texto cada vez mais confortavelmente. 
Em seguida, fizemos a primeira massagem com exposição textual juntamente com as imagens que eles pesquisaram para cada fala. O objetivo é simples: "começar" a associar de fato as imagens que pesquisaram com as falas, isto é, criar uma conexão entre essas fotos e suas falas. Isso, porque, dependendo da seriedade com que levaram esse exercício, essa pesquisa, talvez não tenham feito qualquer conexão mais profunda, de modo que o exercício seguinte fica comprometido. O ideal seria, que quando vissem uma imagem (mesmo fora de ordem), automativamente a relacionassem com uma certa linha do texto e este viesse espontaneamente. Quando faltam imagens ou não estão suficientemente bem escolhidas, eles mesmo percebem a falta de nível semântico e correlação com o texto.
Depois, solicitei a eles que construissem uma partitura de movimentos a partir do conjunto de imagens obtidas pelos dois, e nesse caso, a ausência de imagens é problemática num primeiro momento, para posterior fusão materializarem no corpo. Por que isso? Agora que, em tese, as imagens foram internalizadas e associadas com o texto, que sejam corpoirificadas e expressadas.
Ao que parece, ambos criaram essa partitura, mas não tivemos tempo hábil para materializá-los, o faremos no próximo ensaio.
Também para o próximo ensaio teremos um exercício: cada ator construirá uma paisagem sonora para a cena 2, que foi gravada e enviada em mp3 para eles. É como se eles criassem uma "novela de rádio" em cima da gravação desta cena, criando os efeitos sonoros que acharem adequado.

Essa camada de ensaios tem por objetivo único e simples, verticalizar o nível de entendimento deles sobre o próprio texto. A medida que eu tenho que pesquisar uma foto relacionada às minhas falas, é preciso que eu dê um significado à estas falas e um outro para as fotos, a começar pelas palavras chaves que irei procurá-las seja em que site de busca que use.
Depois, a escolha de uma imagem que expresse o que sinto ou quero dizer - mesmo que seja NUM PRIMEIRO MOMENTO, podendo mudar - com relação ao texto, por si só, já aumenta o meu conhecimento sobre o texto e cria em mim uma imagem associada aquela linha, ou seja, começa a me dar uma leve idéia de como dizer corporalmente aquela fala (materializar/corpoirificar o texto).

Esse ensaio foi o primeiro que conscientemente tentei catalogar alguns níveis de intercessores (a idéia dos intercessores está melhor explicada no link "Do Processo", acima), não quero definir nada para não correr o risco de deixar algo de fora, e tampouco conversei com o meu orientador (Rodrigo Garcez) a respeito, portanto o que está abaixo ainda está um pouco cru, mas já dá a idéia do que estamos falando e usando.

Portanto, podemos catalogar os Intercessores em:
- Materiais;
  - Animado
        * Humano (presente ou ausente)
        * Inumano
  - Inanimado
        * Objetos
        * Espaços
- Imateriais;
  - Lúdicos (jogos cênicos)
  - Emocionais (emoções ou paixões)
  - Intelectuais (planejamentos, elementos intelectuais, poesias, pesquisas, etc)
  - Tecnológicos (softwares, internet, etc)

Os intercessores não se apresentam isoladamente, geralmente estão correlacionados (uma pessoa, num espaço, com objetos, etc).
Percebam, inicialmente criaram um mapa de movimentos, agora uma paisagem sonora. O objetivo final é que tenham um filme com cada vez mais "alta resolução" dessa peça na sua mente e no seu corpo. A tecnologia é o nosso grande intercessor aqui.

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