terça-feira, 14 de dezembro de 2010

DIÁRIO DO ATOR - Anna Lia

Peça: "Canção de ninar para um anarquista"
Autor: Jorge Diaz
Atriz: Anna Lia Sant'Anna
Data:10/12/2010

De Ensaio - Canção de ninar para um anarquista

"O melhor ensaio"
Sim, se houve um dia de descobertas, superações e aprendizado foi hoje. Creio que o mérito, primeiramente consiste nas proposições do diretor. Inicialmente ele nos fez quebrar a barreira do texto, com a continuação do exercício do ensaio anterior, ou seja, repetí-lo diversas vezes até a máxima velocidade que poderíamos, até atingirmos sua automatização. Depois disso experimentamos o aumento gradativo da velocidade de encenação.
E então a "SURPRESA"! Justamente, uma simples mudança no ritmo, através da aceleração voluntária, obtivemos resultados extraordinários. Conseguimos encontrar-nos quanto personagens. O corpo começou a expressar-se de maneira convincente, a voz de maneira ousada, olhares e expressões, enfim, ainda distante de um "ideal", mas os primeiros indícios dos caminhos que buscaremos para concretizar nossas intelectualizações.
Sentir-se coerente em cena tem um sabor bem melhor que a frustação de não convencer-se do que faz, logo, as pequenas verdades mostrarem-se presentes, a vontade de aprofundar-me nessa entrega intensificou-se consideravelmente.
Realmente, as máscaras faciais ainda muito superficiais, a voz natural, a constância nas ações ainda cambaleantes, porém o "permitir-se", fundamentou nossos avanços e o caminho a seguir. Atribuo a melhoria nessa etapa, a concentração que nos encontrávamos, além do pequeno intervalo que tivemos entre um ensaio e outro.
Salientando que nesse dia, meu cansaço físico era razoável, porém creio que esse fator não influenciou, pois busquei compensá-lo com uma dedicação ainda maior.
Avalio também que nossas construções foram coletivas e bem orientadas, sendo imprescindivel o sentir mais do que o cobrar-se.
Chamo a atenção para uma dificuldade encontrada, quando percebia que o jogo funcionava e as situações formadas geravam cenas cômicas, por vezes me desconcentrava e ria, algo de difícil controle, mas totalmente necessário para a qualidade do trabalho.
Entretanto, fica claro que somente o esforço e a entrega podem nos levar a cada novo momento à novas conquistas e mais apaixonante torna-se o processo.

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