sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SOBRE O NOSSO PROCESSO

Gostaria de falar um pouco e em rápidas linhas, sobre como e qual é o processo que estamos seguindo na Cia. Teatro L.A. CHAMA para montar nossas peças.
O processo é simples e, portanto, difícil, mas aqui vou dividí-lo e 3 didáticas partes, são elas:
  1. Incorporar/Corpoirificar;
  2. Brincar/Criar;
  3. Selecionar/Definir.
  • No INCORPORAR/CORPOIRIFICAR, dedicamo-nos à memorizar e por no corpo o texto. Fazendo exercícios para criar fluência, segurança e conforto com o texto. Nessa etapa inicial a gente procura formas de iniciar uma relação de cumplicidade, companheirismo e intimidade entre o elenco, para que sintam-se a vontade para a etapa seguinte do processo de ensaio.
  • No BRINCAR/CRIAR, dedicamo-nos à jogar, brincar, experimentar. Nessa etapa o essencial é criar relações lúdicas entre atores/objetos e atores/atores que possam se refletir na ampliação da imaginação desses atores, na sua capacidade e liberdade para propor soluções criativas (leia-se como "liberdade" o quão a vontade e aberto o ator sente-se). Nessa fase, aprofundaremos a incorporação do texto, a idéia de que a dramaturgia é o tabuleiro e a peça o jogo, e ampliaremos a relação criativa e de cumplicidade entre os atores para que possam encarar-se confortavelmente no espaço de ensaio, sem bloqueios ou repulsas. O texto torna-se um pretexto para realização de jogos, e todo elemento é um intercessor em potencial para provocar ou disparar no ator processos criativos. Através do jogo, pretenderemos estimular a criatividade, o estado de prontidão, de atenção e de disponibilidade do ator. O jogo será visto coma ponte entre criação e concepção.
  • No SELECIONAR/DEFINIR, nós escolheremos dentre as soluções criativas que surgiram na etapa anterior quais as que permanecerão e serão aprofundadas. Também é na etapa final desta fase que realizaremos o ajuste final do obra criada.
NOTA: Cada etapa desse processo toma o tempo necessário que o ator pedir, isto é, o tempo que for necessário para o ator incorporar/corpoirificar a peça, para criar relações entre seus elementos materiais e/ou companheiros de cena e transformá-las (essas relações) em jogo, e o tempo necessário para selecionar as propostas que mais lhe parecerem interessantes para àquilo que chamará de proposta final.

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